quinta-feira, 29 de abril de 2010

Reflexões sobre Consumo, por Frei Beto

Amigos, doem um pouco do seu Tempo e reflitam nessa idéia!. Namastê!

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro,gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.
Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima e falta de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa, de domingo. E ali dentro se sente uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos,todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado,
pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald´s...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático." Diante de seus olhares espantados, explico:
“Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.´”

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Somos Todos Um com D-us!!! É hora de Somar!!!

Experiência de Deus no Hinduísmo:
por Dom Bede Griffiths, OSB Cam


Este artigo é um trecho de uma palestra intitulada "A Experiência Advaitica e o Deus pessoal nos Upanishads e do Bhagavad Gita" dada no Simpósio sobre patrística e espiritualidade indiana, Bangalore.

Há uma experiência única de Deus, no hinduísmo, algo único na história original, como a experiência do Buda. Podemos dizer também como a experiência dos profetas hebreus: Esta é uma experiência de Deus que se origina nos Vedas, é manifestada no Upanishads, culmina no Bhagavad Gita. Esta é a unidade básica do hinduísmo. Muitas pessoas pensam que o hinduísmo é constituído por uma confusão de doutrinas contraditórias em muitos aspectos, e de rituais, costumes e tradições. Mas há uma unidade subjacente no Hinduísmo, e é a unidade de uma experiência mística, uma experiência de Deus. É algo que é uma necessidade da humanidade. Assim como os profetas hebreus e toda a revelação cristã pertencem à humanidade, então a experiência hindu pertence à humanidade. Pertence também à Igreja. A Igreja é o lugar onde Deus é experiente e nós acreditamos que em Cristo a plenitude da experiência de Deus é para ser encontrado. Portanto, a experiência hindu de Deus deve ter um lugar na nossa vida cristã, em nossa experiência cristã. . . .


fonte:
http://www.monasticdialog.com/a.php?id=8